Espelho de Sangue

Os poemas vão sangrando aos poucos

Nas horas em que me abandono a mim mesma

Nos momentos em que concentro uma vida inteira

No interior de um segundo de existir

Aos poucos, palavras rubras gotejam da minha solidão

Escorrendo em traços ígneos de versos

Queimando o rosto que as sente escorrer

E de escorrer e queimar

Alcançam-me o coração

Formando um espelho de sangue

Que reflete minha desilusão

E de cair e chorar

Inundam minha alma

Corroendo-me a sanidade

Tiram-me a calma

E de abandono e solidão

Vou arrastando meu ser

Entre as brumas da escuridão

Prolongando uma sobrevida

Que as horas levarão...

Ana Pismel
Enviado por Ana Pismel em 17/07/2008
Código do texto: T1084548
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