Noite Fria, Branda!

A noite vem tão fria, tão branda

Que convida a Lua para ver

Que nem nas águas teu reflexo anda

De tão calmo o anoitecer.

A neblina gela o tempo calmo

E nem se move, nem se abre

À minha frente não vejo um palmo

Mas rezo pra que noite não se acabe.

Só vejo o caminho de luz na água

Qual Lua fez o favor de marcar

Nas águas escuras, tão calmas

Como quando aquí vínhamos nos amar.

Hoje eu só peço que esta neblina

Não sesse, pois não quero lhe ver

Sabendo que podes estar à esquina

Me esperando até o sol nascer.

Mas quando este sol vier ao fundo

E a neblina for temperar as águas

Eu mesmo o mais feliz do mundo

Não terei ainda afogado as mágoas.

Pois nesta noite mais bela que ontem

Não penso nada além de mim mesmo

E toda a glória ou ódio aclamado a outrem

Será envão, atoa, à esmo...

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 15/07/2009
Código do texto: T1700738
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