POEIRA DE POESIA*
POEIRA DE POESIA*
Vou te levar como quem carrega
o dia no bolso, percebe pensamentos
verborrágicos ao meio- dia.
Vou adiantar meus passos,
cobrir os meus relógios com
uma poeira fina de poesia.
Vou fechar as malas, dobrar
minhas lembranças de linho,
e pelo caminho tristonho, um
fino traço de alegria.
Vou me fazer criança no
meu cansaço...
Adormecer como quem
da taça, retorna ao vinho.
Vou te deixar sozinho para
que me estranhes...
E me perdendo arranhes um
sonho cinza no teu retrato.
E quando e para sempre a lua
for de fato tua agonia, voltarei
no vento...
Cantando coisas ao meio- dia.