Olhar Ancestral

Perco este instante

Para ressurgir no momento preciso

Com a força de quem nada têm

Navego neste silêncio,

Fruto da intima dor que carrego,

Sonhando algum poema perdido

Que o coração esquecido não gestou.

Meus olhos são cavernas

Onde amparo meus feridos;

Minha face é um disfarce

Que uso fora do tempo;

Minha mágoa é amena

Mas carrega vários jazigos;

Minha vida é um rio

Onde mucamas podem nadar.

Tempo...

Sou proprietário de quanto Tempo?

Nada...

Quanto Nada carrego em tudo que tenho?

Verdades...

Preciso de quantas para conceber uma mentira?

Poesia...

Aceitas minha vida como garantia?

Quero um gole de chá e um poema de Quintana

Para que eu possa dormir tranqüilo.

Roniel Oliveira
Enviado por Roniel Oliveira em 24/03/2010
Reeditado em 24/03/2010
Código do texto: T2156271
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