Olhar Ancestral
Perco este instante
Para ressurgir no momento preciso
Com a força de quem nada têm
Navego neste silêncio,
Fruto da intima dor que carrego,
Sonhando algum poema perdido
Que o coração esquecido não gestou.
Meus olhos são cavernas
Onde amparo meus feridos;
Minha face é um disfarce
Que uso fora do tempo;
Minha mágoa é amena
Mas carrega vários jazigos;
Minha vida é um rio
Onde mucamas podem nadar.
Tempo...
Sou proprietário de quanto Tempo?
Nada...
Quanto Nada carrego em tudo que tenho?
Verdades...
Preciso de quantas para conceber uma mentira?
Poesia...
Aceitas minha vida como garantia?
Quero um gole de chá e um poema de Quintana
Para que eu possa dormir tranqüilo.