Só, eu e minhas mãos vadias

procurando poemas escuros,

noites que escondam estrelas.

Só, absolutamente certa disso,

eu e meus seios fartos.

Eu e meus desejos longos.

Só, eu e minhas manias.

As orelhas quentes e vermelhas

Os pés descalços caminhando sobre

um tapete de línguas estrangeiras.

Só, eu não entendo nada sobre

estar acompanhada, me perdi sob

um lençol de densas cores amareladas.

Só, apenas uma nota!

E eu lhe garanto decifrar

a garganta que se move

nas cordas bambas desse afeto.

Só, eu não sei jogar cartas

nem advinhar destinos, menti...

Eu não sei escolher cartas de vinho

nem provar nada que não seja verdadeiro

Vindo de mim, errei o poema mais perfeito

Desenhei com nanquim o que era de giz.

Só, eu concordo...

Eu escolhi ser assim.

by Luciane Lopes

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 06/06/2011
Código do texto: T3018708
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