MENINA DE TRANÇAS

MENINA DE TRANÇAS

Sergio Pantoja Mendes

O que me fizeste, menina de tranças,

que longe cheguei, a te procurar?

Não sabes das dores, por quais eu passei,

nem viste o deserto, das trilhas que andei?

Partiste ao mundo, hostil e vadio

fugiste inconstante, aos carinhos meus.

Deixaste minha cama e o meu quarto vazio

e trocaste os meus versos, por poemas ateus...

No que me tornaste, menina de tranças,

num trapo saudoso e com pena de sí?

Que foge da luz e da vil esperança,

amante sofrente em busca de ti?...

Ignoras as dores, menina de tranças

(cigana errante em busca do verso),

que açoitam meu corpo e min'alma criança,

e expõe ao espelho, minha culpa e complexo...

Por quais portos vagaste, menina de tranças?

Afogada que estavas, nos mares da vida,

tu riste da nuvem, que o meu sonho desmancha

e não deste atenção, a minha angústia sofrida...

E eu caminho em estradas, que antes não vira

e me quedo em vielas, na ausência de ti.

E caída na noite, sem eira nem beira,

mulher já sem tranças, triste e longe eu te vi...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 24/09/2011
Código do texto: T3238288
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.