Do desencontro à perda.

Eu não queria me despedir de você.

Eu não queria ficar sem você , sem conversar, sem saber da sua vida.

Mas não há nada que fizesse nosso amor ficar depois que eu percebi que você se deitava no lado mais escuro e gelado do quarto, enquanto eu, com o corpo aquecido de sentimentos, me sentia sozinha e perdida no meio da sua solidão.

Mesmo com tudo ajeitado, você via as coisas fora do lugar.

Móveis, sentimentos, nós dois...deslocados.Tudo se perdeu na bagunça da nossa despedida.

Na decisão de quem fica com o que ,eu fiquei com as flores murchas de um possível casamento e você ficou com tudo dentro da sua solidão.

Como partir e deixar para trás o amor?Porque pular a janela da própria casa?

Não podemos tomar posse do outro e obriga-lo a nos amar?

Também não podemos pedir que tomem posse de algo que nem é nosso achando assim que alguém te amara?

Se eu pudesse, te convidaria novamente para falar dos livros, dos filmes, das músicas e se me quisesse eu iria até você, de barco, de bicicleta, de carona ou apé.Eu iria...

Eu ouviria o silêncio dos seus pensamentos, suas revelações, seus planos e seus medos porque meu único medo é te perder.

Eu quero estar ai para você, para quando finalmente seu coração jogar a âncora , eu esteja próxima do seu mar.

Para quando sua solidão sair do inverno, eu esteja primavera e faça florir novamente aquelas mesmas flores que murcharam com o nosso desencontrar.

Eu sei que não é fácil,mas se de repente o amor nos fizer encontrar , eu quero navegar no seu mar.

Então o amor será escrito nas nossas vidas no mesmo momento e podemos compartilhar então da mesma felicidade.