Estranha noite

A noite sufoca o dia
E um eclipse repentino
Cobriu meu mundo
E deixou-me sem tino
Nessa hora de plena nostalgia...

O’ Noite, por que deixaste a terra
Tão lúgubre, sem estrelas
Nem a lua para encantar
Abri os olhos não pude vê-las
Sem ela a poesia se encerra...

No fluir dessa estranha sensação
Meu peito arfava em delírio
E, no afã de ver a luz
Acendi, pressurosa, o círio
Assim, alimentei meu ser nesse clarão...

Em doce harmonia com o sagrado
Entendi o fenômeno desse dia
Seria fugaz. transitório
Esse eclipse que chegava e envolvia
A Terra, planeta iluminado...

O’ Noite, traze a lua e as estrelas
Para cobrir com seus raios prateados
A face da terra em solidão
Os notívagos que andam isolados
Para receber suas luzes e absorvê-las...

Mena Azevedo