Vida blas-fêmea

Minha vida é uma blas-fêmea
procuro na sarjeta:
rostos, sentimentos, pernas,
olhos, dentes, mãos, corações,
sorrisos e sentimentos;
procuro amor nas esquinas,
no meio dos cachorros,
como uma cadela no cio;
o corpo que encontro
é um frankenstein, híbrido,
que me traz mais beligerância
e menos tolerância...
na internet o corpo tinha calor
no abraço ao vivo havia um muro
rígido e gelado entre mim e ele,
igual ao corpo desovado
na ladeira de Santa Tereza...

Salvador, 09 de maio de 2016
Valdeck Almeida de Jesus e Chico do Crato MELODIA
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 27/07/2016
Reeditado em 27/07/2016
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