Nenhum sentido

Mais um sábado no calendário,

mais um dia de silêncios,

mais uma noite de tormentos,

tentando encontrar algum sentido,

buscando alguma resposta,

será que fui eu quem desapareci?

Tento manter minha memória sã,

resistindo ao álcool que me convida,

renegando o abismo que por mim clama,

do penhasco são seus olhos que procuro,

ainda espero um sinal de fumaça,

mas tudo o que recebo é um plácido nada...

Mais um mês de desencontros,

mais um ano de perdas repetidas,

mais um século sem significado,

tentando perceber o que é ser um humano,

buscando a compreensão dos sensíveis,

será que miseravelmente falhei novamente?

Tento equilibrar meus pensamentos,

resistindo à música do oceano profundo,

renegando as lâminas que brilham como estrelas,

da janela aguardo uma lamparina acesa,

ainda espero uma ligação à meia-noite,

mas tudo o que recebo é o escuro de minha alma...