Estrelas que choram

A lua ilumina,

a angústia em mim,

lembrança que não termina,

em uma noite sem fim,

um lamento de tristeza,

em sonhos perdidos,

caminhando na incerteza,

desvelando erros redimidos...

Procuro à noite,

quem deixou-me uma canção,

um amor que não se permite,

suspiros esquecidos em vão...

As estrelas choram,

lágrimas de desencontros,

daqueles por quem se enamoram,

depois de momentos efêmeros,

buscando segurar na eternidade,

grãos de areia que se deitam furtivos,

tentando esconder essa vulnerabilidade,

relegada a sentimentos introspectivos...

Procuro à noite,

quem deixou-me uma poesia,

uma paixão que não se admite,

na dor da travessia...

As ondas ressoam,

o perfume da maresia,

esperanças que esboroam,

no torpor de uma paralisia,

sorrisos em fragmentos,

de tempos tão antigos,

em tolos constrangimentos,

encarcerados em refúgios longínquos...

Procuro à noite,

quem deixou-me um retrato,

uma sensibilidade que se esconde,

no universo do abstrato...