Numa gota
Um oceano
Lágrima de sal
Salina na boca
Que perfaz está voz rouca
Água da chuva
Luzes da lua
Calor do sol
Contemplam o que se vai só.

No tempo onde o vento
Transforma a carne rugas
Dentro desta mistura
De tudo que chega sem a cura
Pintadas nas quatro paredes
Do quarto fechado
No sorriso guardado
Deixado de lado
Na aflição.

Sombras
Que chegam em tormento
Pela solidão que dói dentro
Ao olhar a sua volta
Perceber a falta
Dum olhar que se gosta.

Na fuga da culpa
Nesta busca injusta
De alguém que se ajusta
Condenar no mal que assusta
Perpetuar no resto da estrada.

Somos trigo e o pão
Amor e aflição
Artistas do sim ou não
Caminhando então na ilusão
De que não é solidão
Esta ocasião que damos a mão.
Escravos de um pesadelo
Acordados em um olhar no espelho
Nas noites em devaneios.

Luar ao sol em medo.

Antônio C Almeida