EQUIDISTANTE

O frio já não te inspira

o calor já não te oprime

o silêncio não te enlouquece

o que sente nessa dor

que te arrefece?

Trazes os sapatos desgastados

e as malas vazias

de histórias fixadas

num ponto distante,

onde pararás o que não sente?

Onde estarás quando o remorso

de repente arrebente

a relação que mentes?

Quantos mais machucará

até desvanecido

se achar verdadeiramente

sozinho

com grunhidos intraduzidos

cheios de verbos adormecidos

por durezas desnecessárias?

Onde acabarás

essa empreitada de não sentir

mais nada?

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 07/02/2018
Código do texto: T6248014
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