SOLIDÃO

Vivo triste, sozinho,

Não tenho espaços,

Quero conversar,

Sorrir, cantar,

Ter companhias,

Mas nada vejo,

Somente uma cama vazia.

Tive companhia gostosa,

Um amor que me fazia sorrir,

E naquele cantinho via o mundo,

Como gostava, cheio de vida,

O sol penetrando devagarzinho,

Trazendo sua luz que me dava vida,

E convidando os passarinhos a cantar.

Um amor intenso ali se desenvolvia,

De um casal que um dia trocaram olhares,

Tímidos à princípio, apaixonados depois,

E filhos geraram para tornar um lar feliz,

Onde reinava a alegria e sorrisos sem fim,

Um cantinho onde a felicidade antes morava.

Diante de criaturinhas abençoadas por Deus.

Cresceram fortes, uma geração muito amada,

E as reciprocidades eram de abraços e beijos,

Tão ternos e doces que hoje restam as lembranças,

Diante dos infortúnios que passei ao perder a amada,

Meu amor que um dia triste se foi em outras moradas,

E fiquei só, com os filhos todos seguindo seus rumos.

Hoje não mais escuto nem o cantar dos passarinhos,

Que vinham nos saudar no alvorecer da primavera,

Entoando lindos cantos nos galhos de árvores frondosas,

E as flores emitiam seus perfumes que a brisa nos trazia,

Tornando aquele ambiente um oásis de paz e harmonias,

Que nenhuma riqueza do mundo poderia lhes comparar.

Tenho um cantinho onde vivo só rememorando saudades,

E a tristeza da solidão muitas vezes vem me visitar,

Em lugar das pessoas que amo e agora me ignoram,

Pois em seus afazeres se esquecem de minha existência,

Hoje triste e sem que lhes possa ver ao menos seus rostos,

Tendo a certeza que incomodo pelas minhas incoerências,

Ao fazer perguntas que não aceitam pois são repetitivas.

Jairo Valio

14-08-2018

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