Esquecimento Árduo

Eu a deixei, senhor

Não estava mais suportando a dor

Meu coração gritava diariamente por socorro

Mas, ao tempo em que ele queria desistir,

Ele criava motivos para persistir

Não sei o que sua santidade planejou,

Mas, ela fora a deusa que em meus sonhos deitou-se

E, o senhor sabe bem das minhas lágrimas

Sabe bem das noites claras,

Que fiquei esperando suas mensagens.

O senhor sabe o quanto chorei

O quanto solucei para manter um semblante,

Calmo, tranquilo, como um monge

Mas, por dentro, me encontrava despedaçado,

Visto somente em relance.

Por que o senhor me fez assim?

Escrevo dedicatórias quando por alguém estou afim

Escrevo depressão quando estou sozinho

O tempo passa diante de mim, e,

Junto dele, as lembranças da amada

Daquela que decorava minha imaginação mais adorada

E que hoje, me maltrata em sonhos lúdicos

Que me abraça em devaneios tão lindos e únicos

Por que, senhor, eu continuei, mesmo em desconfiança?

Por que, após a mágoa que sofri, desejei as alianças?

Por que eu a desenhei em textos de vulgo “dama”?

Por que ela não se desprende de meus pensamentos?

Nem mesmo um dia sequer da semana?