extravagâncias de um solitário

era meio dia de um desses domingos

repetidos em nossa existência.

de repente a ideia e a ação.

eu e meu gato abrimos

não uma garrafa de vinho velho

em homenagem ao Deus Baco na solidão

das horas mortas, mas duas latas!

duas latas de sardinha Gomes da Costa

e, de testa, as devoramos como quem

mastiga toda a fome do mundo,

sem ligar pro pecado da gula!

dessa extravagância nada restou!

das latas abertas,

somente as lembranças

e essa confissão envergonhada

do ocorrido.

Nômade
Enviado por Nômade em 15/12/2019
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