A ESPERA INÚTIL

Abro a janela, aos meios tons de luz...

Aspiro a noite calma, enluarada...

Me afaga, me inebria, me seduz,

A brisa murmurante, perfumada.

 

Olho a cidade, um prisma que reluz

O místico glamour da madrugada...

Visão emoldurada em ramos nus,

Rolando folhas mortas na calçada.

 

Às vezes uma pobre flor singela,

Pedaços móveis do luar que vela,

São coisas que na noite vão e vêm,

 

Feito uma sombra vaga, um som ligeiro,

Enquanto, sob a luz do lampadeiro,

Espero ainda aparecer alguém.