APELO - UM POEMA À SOLIDÃO

APELO - um poema à solidão

É tarde... A lua já alta vai no céu!

É bom esquecer tudo e atender

De bom grado ao meu apelo

Cansado, choroso, suplicante...

Estou só... E só, busco-te nas estrelas

Últimas estrelas que piscam e se envolvem

No véu da noite que, aos poucos, vai morrendo...

E ao morrer assim, leva, também, um pouco de mim.

É madrugada... As luzes estelares já sumiram

Porque a aurora que surgiu embrulhou as últimas estrelas

E as escondeu nas paragens celestiais...

Agora, outra luz surge mais forte, protetora...

Chega aqui, monta nos raios dessa luz quente

E ultrapassa com eles a minha janela!

Pede-lhes licença e entra em completa sintonia com meu corpo

Frio, sedento de ti e aquece-o com a tua luz brilhante

Que traz o sol dessa manhã de primavera...

É tempo de ressuscitar o amor que mataste dentro de ti...

Dentro de mim... Ou que simplesmente ignorou

Sai da concha que te aprisiona e te faz um ser apático

Solta os teus sentimentos mais puros e não deixes

Que eu te veja no brilho opaco da lua que já se escondeu além

E descansa nesse infindo céu azul!

Pega, agora, carona com o sol e, com ele,

Rompe as cortinas da minha manhã

E doura o meu corpo que te espera...

É dia de sol... É primavera!

Chega perto... Ainda há tempo

Esquece tudo e vive cada momento

Como vive o sol, a invadir espaços e aquecer

A solidão de alguém...

É dessa luz que preciso para absorver

A força, a coragem, o amor...

E a energia de todo o teu calor!

Chega pra cá... Vem me reanimar o ser!

Mena Azevedo