TUDO QUE RESTOU
O tempo me apressa, impiedoso,
Cobrando o que me falta, o que não tenho.
Talvez as tempestades do meu passado
Me moldaram forte, mas sensível.
Carrego, no entanto, uma máscara firme,
Que esconde uma alma que grita, sufocada.
No meu silêncio, caminho a passos lentos,
Resistindo, resiliente, apesar das quedas.
Minhas feridas são bandeiras visíveis,
Marcadas em mim, mas revestidas de fé.
Fé em dias melhores que tardam a chegar,
Embora não tragam a alegria de outrora.
Me perco em pensamentos distantes,
Solitária em minha própria companhia.
Carente de um toque sincero, humano,
De uma verdade que aqueça o vazio.
Minha alma grita por liberdade,
Por uma felicidade que não seja miragem.
E sigo, esgotada, mas em busca do fim.
Um fim que seja recomeço,
Um grito que vire canto,
Uma solidão que floresça em encontro,
E um tempo que, enfim, me liberte."