Solitário Astronauta

Participa como espectador

Vê diálogos mas não se envolve neles

Talvez por que não há nada à expor

Sabe que deveria falar mais vezes

Sente não pertencer ao lugar,

Não precisando estar ali

De nada importa se falar

Seu desejo é sumir

Consolidado na solidão:

Corpo é presente mas a mente flutua,

Numa espacial embarcação

Com destino à Lua

Sozinho; sentado; calado

Observa o movimento astral

Pouco a pouco se torna uno

Com seu espaço sideral, mental

Viaja por seus planetas

Para novos eventos descobrir

Enquanto entende o irregular cometa

Vê duas estrelas colidir

Destas nasce a compreensão

Como uma imensurável explosão:

Aquela supernova radiante,

Decifrou seu enigmático coração.