Ansiedade
não sei o que me dá
aquilo que me faz
ser tão distante e só
de me faltar o ar
a sobejar os dós
um não viver em paz
não desatar os nós
e essa inquietação
o medo que me traz
esse tremor nas mãos
silenciosos ais
dentro do coração
à beira desse cais
a me tirar o chão
e me atirar ao mar
revolto de emoção
de correntezas tais
tragando sem perdão
com forças surreais
que não tem solução
que vem me transbordar
nem sei se sim se não
mar de incertezas
mar de solidão
MARCANTE, Alexandre.
(O valor das coisas incognoscíveis).
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