ENTRE NÓS, O SILÊNCIO

Nos encontramos, acaso ou destino?

Na dança incerta de um tempo franzino,

teus olhos diziam o que o tempo apagou,

e o amor, tão forte, aos poucos calou.

O tempo, esse mestre cruel e sutil,

emudece a alma, faz da vida um fuzil.

Nossas verdades mudaram de tom,

o que era harmonia virou um som em vão.

A rotina, paciente, de passos lentos,

vai apagando os sentimentos,

mas ainda estamos, lado a lado,

perdidos num presente desolado.

Onde estás? Aqui, ou em devaneios?

Vazando pensamentos, cortando anseios.

O amor se agarra ao que já foi vivido,

pois o hoje é um eco do não-sentido.

Não queria esse desviar constante,

esse silêncio, esse olhar distante.

Mas apesar do peso do que já não há,

ainda estamos aqui, no mesmo lugar.

Do amor, resta a força de lembrar,

de um passado que insiste em nos abraçar.

E mesmo que a rotina nos desafie,

ainda somos nós, mesmo que só um dia.

Tião Neiva

TIÃO NEIVA
Enviado por TIÃO NEIVA em 22/01/2025
Código do texto: T8246966
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