Poesia de escada e corredor

Perco-me em cada fôlego,

os olhos totalmente cegos,

sentidos quebrados,

espírito despedaçado.

Tenho um medo certeiro

de partir cedo demais,

e virar poeira,

desmanchar-me na beira.

Danço pelos cantos,

escondo-me em recantos.

Minha luz é limitada,

um reflexo de vida espelhada.

Fecho-me em vazios.

Perco-me em desvios.

Não sinto vontade de partilhar

os segredos que o coração quer guardar.

Nas escadas, vejo um labirinto.

Os degraus tornam-se refúgio.

Palavras escorrem soltas,

mas talvez eu não as tenha percebido.

Viajo em ventos fortes e frios.

Anseio pela solidão,

um desejo só meu.

Ninguém precisa entrar.

Minha vida é desandar.

Feita de palavras,

um desejo confesso:

nadar em mim mesma,

e pousar onde é seguro.

Felipe Mattos e Sofia
Enviado por Felipe Mattos em 22/01/2025
Código do texto: T8247077
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