Crepúsculo alquimista
No limiar do tempo,
Onde o dia perde o fôlego,
E a noite, em passos lentos,
Desvenda o véu do mistério.
O céu, um mosaico febril,
Rasgado por pincéis de fogo,
Desenha um instante que não se repete,
Um sopro que dissolve o eterno.
A luz não se despede,
Ela sussurra à escuridão,
Como quem deixa segredos
Na palma de uma mão.
É ali que o mundo para,
Suspenso entre ser e não ser,
E o crepúsculo, alquimista,
Faz do efêmero seu poder.
Quando o último traço se apaga,
O horizonte guarda o suspiro,
E na noite que cresce em silêncio,
O infinito encontra o seu espelho.