Distante de mim

Comecei a tomar a pílula da esperança,

Na busca por alívio, por uma mudança.

Mas, ao invés de clareza, encontrei neblina,

Minha mente bloqueada, minha alma envenenada e fina.

As palavras não saem, tudo é silêncio,

O que antes fluía, agora é um muro denso.

Tento falar, mas o eco é profundo,

E me vejo distante, em novo mundo.

O que era intenso, agora se esvai,

A dor, o sonho, a luta... tudo se desfaz.

Me sinto perdida, sem poder me encontrar,

Uma parte de mim está a vagar.

Os sentimentos apagados, como se nunca existissem,

A conexão com o eu antigo parece que sumissem.

Há uma camada que me separa de mim,

Entre a cura e a perda, tudo parece sem fim.

Não nego o valor, eu sei que é real,

Mas me sinto distante, quase sem o ideal.

A cura que busco, me afasta do que fui,

E a busca pelo alívio me faz perder o "eu" que sempre fui.

Nathália Veríssimo
Enviado por Nathália Veríssimo em 29/01/2025
Código do texto: T8252592
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