Distante de mim
Comecei a tomar a pílula da esperança,
Na busca por alívio, por uma mudança.
Mas, ao invés de clareza, encontrei neblina,
Minha mente bloqueada, minha alma envenenada e fina.
As palavras não saem, tudo é silêncio,
O que antes fluía, agora é um muro denso.
Tento falar, mas o eco é profundo,
E me vejo distante, em novo mundo.
O que era intenso, agora se esvai,
A dor, o sonho, a luta... tudo se desfaz.
Me sinto perdida, sem poder me encontrar,
Uma parte de mim está a vagar.
Os sentimentos apagados, como se nunca existissem,
A conexão com o eu antigo parece que sumissem.
Há uma camada que me separa de mim,
Entre a cura e a perda, tudo parece sem fim.
Não nego o valor, eu sei que é real,
Mas me sinto distante, quase sem o ideal.
A cura que busco, me afasta do que fui,
E a busca pelo alívio me faz perder o "eu" que sempre fui.