Águas da criação.

Eu era água, primordial — silêncio.

Depois sucessão, caos e guerra.

Dentro de mim: Um céu suspenso.

Depois do fim, voltei para a terra.

Palavras viraram sal na minha boca.

Deixei seu nome escapar no momento.

Percebi: Será minha quimera.

Me rasga e habita meu corpo.

E eu já não lembro mais o meu nome.

Sei que tudo transbordou em dilúvio.

Fui tolo — me enganei por seu perfume.

Voltei ao silêncio e ao começo.

Pablo H Rosa
Enviado por Pablo H Rosa em 05/07/2025
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