34. Miragem

Andando pela estrada, o viajante avistava

Dançando no horizonte

A felicidade almejada

Majestosa

Venenosa!

O Astro-Rei, em seu encalço, a todos fitava

Com suas caldas flamejantes, rasgando a pele

Como navalha

De todos aqueles que abandonavam suas sombras

Frescas, cômodas!

Pobres coitados! Perseguem uma miragem!

A felicidade nasce do encontro caloroso

Entre aquilo que está acima e aquilo que está abaixo

Do divino e do real

Do Inalcançável e do meramente mortal

Por que abandonou a sua sombra, tolo?

Despencou na armadilha mais antiga do mundo!

No fim dessa estrada reside um monstro irreal!

Majestoso!

Venenoso!

A própria morte - mãe da felicidade.