O pacto
Temos um pacto de silêncio,
Eu e ele,
Permanecemos mudos.
Não conversamos um sobre a dor do outro.
Veio a tempestade
E soprou forte o vento,
Foram dias difíceis estes.
Porém, não se ouviu uma palavra sequer.
Até que num finzinho de tarde laranja,
Com passarinhos fazendo a última revoada,
O pacto foi desfeito.
Disse meu coração:
- Ainda estou aqui!
E o respondi:
- Eu sei, não te esqueci ainda.
A tarde foi se esvaindo, a noite chegando...
Os passarinhos já não voavam mais
E o silêncio voltou.
Até que estivéssemos,
Eu e ele,
Em paz novamente.