DAS VEZES QUE FUI FRACA
Das vezes que fui fraca,
E neguei o meu coração,
Das vezes que neguei meu sentido,
Com medo de vê-lo partido,
Quebrado e jogado no chão.
Das vezes que fingi ser forte
Chorando e morrendo por dentro
Hoje vejo como fui fraca
Covarde, aceitando ser metade,
Quando sozinha transbordaria amor.
Das vezes que temi o novo
E esperei ouvir da boca do povo
O próximo passo a dar
Das vezes que aceitei ouvir
Como fazer, como agir,
Como sentir...
Das vezes que tentei me enquadrar
No padrão de felicidade imposto
Onde sorrisos se mostram no rosto
Mas se afogam nas lágrimas da alma.
Das vezes que deixei de ser eu
Imperfeita, desenquadrada, a exceção
Para ser quem eles queriam
Quem eles faziam
Quem eles almejavam
Até descobrir que eles, ah! Eles.
Eles não sabem o que falam.
Das vezes que pude recomeçar
Reinventar-se.
Libertar-me.
Ser eu, no sentindo esplendido da palavra
Pude me abandonar
E me afogar
Nesse oceano da vida
Minha vida.
Minha essência.
E novamente, ser minha.