DAS VEZES QUE FUI FRACA

Das vezes que fui fraca,

E neguei o meu coração,

Das vezes que neguei meu sentido,

Com medo de vê-lo partido,

Quebrado e jogado no chão.

Das vezes que fingi ser forte

Chorando e morrendo por dentro

Hoje vejo como fui fraca

Covarde, aceitando ser metade,

Quando sozinha transbordaria amor.

Das vezes que temi o novo

E esperei ouvir da boca do povo

O próximo passo a dar

Das vezes que aceitei ouvir

Como fazer, como agir,

Como sentir...

Das vezes que tentei me enquadrar

No padrão de felicidade imposto

Onde sorrisos se mostram no rosto

Mas se afogam nas lágrimas da alma.

Das vezes que deixei de ser eu

Imperfeita, desenquadrada, a exceção

Para ser quem eles queriam

Quem eles faziam

Quem eles almejavam

Até descobrir que eles, ah! Eles.

Eles não sabem o que falam.

Das vezes que pude recomeçar

Reinventar-se.

Libertar-me.

Ser eu, no sentindo esplendido da palavra

Pude me abandonar

E me afogar

Nesse oceano da vida

Minha vida.

Minha essência.

E novamente, ser minha.

Gabriela Vinco
Enviado por Gabriela Vinco em 21/05/2018
Código do texto: T6342692
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