Caos
Eu sou o caos.
Estrada escura que termina em muro.
Grito de horror, ferida sangrando.
Eu sou o mal.
Quase o fim, caminho na beira.
Minhas unhas possuem a doença.
Nada lembro, nada me salvará.
Surdez aguda, desço rápido aos crocodilos do poço.
Tudo nunca foi muito, nada nunca foi meu.
Perdão não pedirei, o mundo me deve desculpas.
Eu poderia ter feito tanto, mas o ouro está nas mãos dos vilões.
É assim deus?
Seu carrossel de dor?
Sua infinita régua de injustiças?
Adeus a sede, adeus ao medo.
Última letra, último texto, nada de despedidas, decepção me guia.
Tudo era tanto, toda a matéria prima do universo que não se pode alcançar.
Razão não completa, só vejo tristezas, lágrimas e máscaras.
Só vejo fumaça, me guiando entre os mortos, nada de céu, ou inferno, o fim é vazio, infinita é a criação.
Solto agora, sua mão, e caio de joelhos no cimento áspero, não agradeço, é magoa que levo no bolso.
Sem sorrir, pego o trem sem destino.