Dentro e fora
Já não contenho as dores.
Nem mesmo sou contida.
Brotam do meu suspirar.
Eu não almejo melhor condição quando nelas envolta.
Parece o Juízo final.
Uma afônica voz sussurra ante a primeira trombeta:
as culpas chegaram ao fim!
Já posso cuidar das feridas...
Limpar, medicar... acolher...
E posso ir além.
Degustar o fora.
Presente, futuro...
Posso enxergar muitas cores.
Posso lembrar... como estória...
Posso chorar!
Ainda dor.
Amanhã? Lembranças do que já não sou...