SOB O SIGNO DA POESIA

Na sua pele não há nenhuma etiqueta,

nem que és propriedade de alguém,

nenhuma tatuagem de proxeneta

que o explore para o seu próprio bem...

Veio sem e irá partir sem nenhum dono,

cabe a ti o destino criar e vivê-lo,

viver acordado mesmo que o sono

crie anti-sinapses sob os cabelos...

Na sua testa não há nenhuma marca,

nada que diga que és uma propriedade,

sabes que nem és remanescente da Arca,

as nasceres recebeu as mentiras e a verdade...

Urge que fujas das sombras e do labirintos,

és um fauno que se regojiza da sapiência,

tens o genoma do único e generoso espírito,

és o mistério da matéria no laboratório da ciência...

Sob o fim do reinado matemático imperioso

vives e sabes que tua alma é vórtice do que fia

o tempo e suas consequências no ocaso gozoso:

saiba recomeçar tua esfinge sob o signo da poesia...