Os Patinhos

Quando estiver cansado

Da água não sairei

Sou patinho que se afoga

Por nadar dentro da lei

Fiz um juramento

Obedecer as ordenanças do mar

Evitar a derrapagem congénita

No mal-entendido da confiança

O mar é o Governo

E suas gotas partidárias

Enquanto nisso tudo

Sou eu o surfista

Pato da festa em casa própria

Guerrilheiro sem licença

Para em corrida com o distante

Poder alcançar o perto

Há promessas pendentes

Que da espera faz seca

Inexoráveis tais águas

Já especadas na areia

Os banhos agitados

Garantem nosso enterro

As águas vão e voltam

Sem nada molhar

As crenças pantanosas

Minhas e doutros patos

Que voam só por bocados

Estão afogadas na praia

Os patinhos têm fadiga

Não sentem a brisa

Que deveria dar o mar

Só sentem a dibinza

São máquinas de engolir

Mentiras e mentiras

Nas bordas terrestres

Nas bordas terrestres.

Widralino
Enviado por Widralino em 21/03/2019
Código do texto: T6603580
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