APENAS UM VERSO NO UNIVERSO

Não vide o verso,

Antes, seja um verso.

E não apenas um.

O poeta precisa de você,

sua ausência será a ausência do sentido.

Essa poesia terá doce melodia,

Talvez navegue pela melancolia, necessária.

Mas, terá na alegria sua primazia.

Pois, eis a poesia viva!

Ou a vida, e suas nuances, em poesia.

Haverá desejo por harmonia,

Mas nem a vã filosofia explicará os descaminhos,

os versos fora de alinho...

Na ânsia por autonomia, talvez o freio da harmonia,

os versos quiseram sobrepor a poesia.

E o poeta, triste, chorou.

Utopia!

Ser apenas um verso nesse universo.

Consciente, satisfeito,

que complementasse essa linda composição.

Quanta honra e dignidade nesse galardão.

O poeta sorri ao vislumbrar harmonia.

A humildade prevaleceria, continuaríamos nossa poesia.

Nós como obra - prima, de uma obra que caminha...

no compasso do Autor e da sua maestria.

Afinal, somos versos [poéticos].

E não o verso; até que chegue a hora de ser.

E nessa hora, outros versos ouvirão:

"Vide o verso."

Mas, não você.