Rotina

E quando a vida vira rotina

Um hábito desalentado e frouxo

Um não sei quê, que desatina

Uma entrega sem saber o endereço

No dia o berço, na noite o verso

E assim como num rosário

Desfilando contas, até ao fim

Pra tudo começar desde o começo

Dia após dia, e sempre o mesmo dia

E à noite na procura do sossego

O silêncio,com o ladrar de cães,

Acorda em mim, uma agonia, !

e tudo volta a si, ao raiar do dia

Assim feito um rosário sem fim

antonio noronha-jul19