X-MEN
Dera-me quem?
Que me dera.
O querer virou mais que querer.
Tô querendo tanto.
Tô sendo tão querida.
Já estou perdendo os sentidos.
Minto, eles estão super aguçados.
Querer não é poder.
Mas me tornei um X-Men.
A razão que já era pouca,
Esvaiu-se de mim.
Sentidos que já eram primitivos,
Me levaram ao neandertalismo.
Só me habitam, sentidos.
O olfato, tão raro de funcionar,
Me recorda cheio de cheiros
As noites saborosas.
O paladar já se embola com o tato,
Visto que sinto sabor de uma pele.
Minha visão, antes, focada,
Desanuvia em puro deleite
E encontra beleza na audição
Da menor nota.
Lona, estou caída nela
E sorridente
Tentando conhecer todos os novos sentidos.
Um ser me come com o olhar.
Me mastiga com analogia de mim com uma fruta.
Me devora num pensamento.
Me sente cheiros que não tenho.
Não somos X-Men.
Mas temos tantos poderes.