Indefinido
Indefinido o sentido de aqui estar
De ainda viver, sem querer ou desejar.
Infinito olhar que dirijo ao verbo amar
Que nem sempre sei muito bem como conjugar.
Indefinido é meu caminho nesse mundo
Onde um desejo estranho, mas sincero e profundo.
Me leva em direção a vários caminhos, me confundo
Me deixo levar, são fatos, é fatal, respiro fundo.
Indefinido é esse desejo de sempre querer
De sempre estar vivo, mesmo sem viver.
De sua boca ouvir o verbo amar a me enlouquecer
Mas sempre assim, sempre pensando em morrer.
Indefinida é essa loucura, insanidade palpável
Que de abraços caridosos a um beijo amável.
Me transporta a um mundo sombrio e desejável
Onde sonhar é preciso e morrer é muito confortável.
Indefinida e truncada é essa intenção de poema
Que escrevo, esperando que alguém sinta pena
Da minha falta de jeito ou de fonema
Mas no final, essa inconsequência é nova e sem trema.
Indefinido é esse meu caminhar sem rumo
Onde não existe destino certo, ausência de medida e prumo.
Talvez seja como a fumaça solta do fumo
Que faça esse velho homem, dar um ponto final ao resumo.
Indefinido e sem questão certa na vida
Sem vontade de falar a frase escolhida.
Prefiro deixar no ar, uma coisa mal resolvida
E pecar muito mais, sem deixar fechar a ferida.
Paulo apenas...
"Deliberei amar.
Corto em pedaços o músculo sangrento,
alheio e triste a quem por isso culpo.
Irmão, um dia aprenderemos a entender a entranha.
E nunca mais seremos diferentes."
Renata Pallottini