Indefinido

Indefinido o sentido de aqui estar

De ainda viver, sem querer ou desejar.

Infinito olhar que dirijo ao verbo amar

Que nem sempre sei muito bem como conjugar.

Indefinido é meu caminho nesse mundo

Onde um desejo estranho, mas sincero e profundo.

Me leva em direção a vários caminhos, me confundo

Me deixo levar, são fatos, é fatal, respiro fundo.

Indefinido é esse desejo de sempre querer

De sempre estar vivo, mesmo sem viver.

De sua boca ouvir o verbo amar a me enlouquecer

Mas sempre assim, sempre pensando em morrer.

Indefinida é essa loucura, insanidade palpável

Que de abraços caridosos a um beijo amável.

Me transporta a um mundo sombrio e desejável

Onde sonhar é preciso e morrer é muito confortável.

Indefinida e truncada é essa intenção de poema

Que escrevo, esperando que alguém sinta pena

Da minha falta de jeito ou de fonema

Mas no final, essa inconsequência é nova e sem trema.

Indefinido é esse meu caminhar sem rumo

Onde não existe destino certo, ausência de medida e prumo.

Talvez seja como a fumaça solta do fumo

Que faça esse velho homem, dar um ponto final ao resumo.

Indefinido e sem questão certa na vida

Sem vontade de falar a frase escolhida.

Prefiro deixar no ar, uma coisa mal resolvida

E pecar muito mais, sem deixar fechar a ferida.

Paulo apenas...

"Deliberei amar.

Corto em pedaços o músculo sangrento,

alheio e triste a quem por isso culpo.

Irmão, um dia aprenderemos a entender a entranha.

E nunca mais seremos diferentes."

Renata Pallottini

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 27/01/2020
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