FINAL DO ÚLTIMO ATO

O tempo chora a angústia de se ver sozinho e retido...

Meu único vizinho e amigo é um pássaro agourento

As lágrimas da chuva escorrendo na janela molham meus sentidos

Nesse desespero lento, agonizante, morro a cada dia

Sem esperança... sem crédito... sem alegria...

Na mente, flashs de momentos que agora são quase apagados

Dilacerados pela solidão imposta pelo fatal destino ...

Trágico fim para o palhaço que sem máscaras

Fez rir, fez gargalhar o público, fez feliz o menino...

O tempo ignora o que se passa aqui dentro

Mas o vento, com lamúrias, uiva às cáscaras...

Antes não ter nascido, e vivido para esse fim análogo

Do nada vir à tona e voltar à inexistência

Por pura excelência dos ditames de aventuras infames

Desastrosamente vir a ser o nada do esquecimento...

Oh! Rubra e enegrecida sorte efusiva e rara

Sua sátira abusiva é fonte de amargura e dor

Que pára as correntes increpantes da essência sórdida

Do negro véu que envolve a face sem pintura desse ator

Que na vida não foi senão, o disfarce de sua própria dor...

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 14/05/2020
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