Somos Idiotas

Uma hora a graça acaba

Onde tinha riso, alegria e regozijo

Agora só resta um arraste de corpos

Um saculejo de mãos e uns burburinhos

A vida nos ensina a duras penas que somos idiotas

Sempre procuramos

Nunca encontramos

Quando pensamos que encontramos: eis o verbete

É tudo como carro em movimento

Você olha do lado, tem uns xingando

Enquanto passam os carro mais velhos

Ora, mas esses não parecem admirar a paisagem

Os que hoje admiram a paisagem e expressam loucamente sua juventude e vigor vital

São os mesmos que amanhã estarão buzinando e passando ao lado dos carros mais novos que estão admirando a paisagem sem qualquer cerimônia

Pois então, estamos todos em uma roda eterna, constante e sem qualquer novidade?

Para alguns, sim.

Para os que percebem cedo, até há certa mudança

Já para os que aceitam a roda, não há o que ser feito

O que interessa no final, é satisfazer os que correm de carro velho.