Lágrima
Corre entre os poros
Veloz, sem freio
És pura, teu sal provoca arrepio
Escorre, deixando o recipiente vazio
Segue rumo ao abismo
Longínquo, escuro e frio
Sem medo, desbravando faces
E entre vários enlaces, receio não tem
Indomável, jamais te torna refém
Não vive em olhar sofrido
Que te expele, pelas curvas da pele
Prefere o fim, se esvai
És obra prima, brilha enquanto cai
E ali solitária, encontra um fim
Sem rio, sem riso
És lágrima
Que morre, no frio de um piso.