Passadas costuradas

 

Hoje caminhei por estradas íngremes,

Terra fofa, batida lenta, passos fortes.

Passadas dadas por entre calçadas de lá pra cá,

Nada mudei e mudei tudo tantas vezes.

Afaguei a vida e de olhos abertos devorei o mundo.

Por entre ruas costurei palavras caídas ao chão

E o destino alinhavei na plantação de algodão.

No tricotar das ideias a língua travou o sermão,

Freiou a mente viajante nas curvas loucas.

De um ser pensante na cruz barroca.