MORO EM MARTE.

Acho que moro em Marte

Ou quem sabe, em parte

Fico pensando que meu mundo não se vê

Numa telinha de TV

Ou quem sabe sou burro

Como um coxinha há de querer

Surdo, cego e mudo

Não sei qual a direção

Dos dedos da minha mão

Quiçá para onde aponta meu nariz

Vivo no mundo por um triz

De sermos o que não somos

Crescimento econômico

Emprego aparecendo

Pimbão pseudo crescendo

Serei um palhaço crônico

Um lunático

Que nada ando percebendo

Do vai e vem tatico

Do jaburo acontecendo

Pois meu mundo é outro

Onde aluguéis se multiplicam

Roubalheira e propinas a souto

Não vejo ninguém empregado

Muito pelo contrário

Vejo amigos despedidos

De empregos conquistados

Anos passados

Pessoas vendendo coisas

Brechós para todo lado

Uma ruma de desocupados

Agora perdidos

Que nessa engrenagem não cabe

Que não voltam mais

Ou não, quem sabe

O trabalho vença satanás.

MORRO EM MARTE

Fred Coelho/2017

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 12/12/2017
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