Ventania

Sinto que estou em um lugar

que já não me oferece mais abrigo.

O que no começo era uma simples brisa,

transformou-se em uma ventania

capaz até mesmo de destruir.

Encontro, finalmente, um abrigo,

que me protege do frio do vento.

Já não sinto mais as rajadas.

Apenas sei mesmo que venta,

porque ouço um sopro penetrar

pelas frestas de um lugar qualquer.

Essa ventania agitada produz assobio,

que penetra por todas as cicatrizes,

chegando a provocar intensos arrepios.

Calafrios aumentam a pulsação

e deixam a respiração ofegante,

com inspirações e expirações contínuas,

feito um vento que insiste em soprar,

mas não desarruma os cabelos

e, sim, o que está sob a cabeleira.

Agora já não sei mais ao certo

qual temporal provoca mais estragos;

Se aquele que é provocado

pela agitação da atmosfera,

ou se aquele agito contido nas entranhas

da região temporal do crânio,

escondido entre as têmporas.

Só me resta esperar a calmaria!...

- Página 27, do livro “Arcos e Frestas”, ano 2003.

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