A desgraça

Bate na porta

Na porta da alma

Da alma escondida

escondida no peito

no peito apertado

apertado à saudade

saudade aos tempos antigos

antigos tal qual a felicidade

felicidade que se vai

quando a desgraça

bate na porta

na porta da alma

que se encolhe

encolhe no peito

peito murcho

murcho agora pela dor

dor inquietante e negra

negra como a noite

noite que vem sozinha

sozinha é minha alma

alma sofrida

sofrida pela desgraça

que bate na porta

porta do peito

peito que fecho

fecho com meu coração

coração já cansado

cansado com tanta desgraça

desgraça que bate na porta

porta da frente da casa

Casa que já não tenho

Tenho é sim, medo

Medo da desgraça

Desgraça da vida

Vida que levo ainda

ainda que não queira viver

viver com esta desgraça

que entrou pela porta

porta que não fechei

fechei as janelas

janelas da alma.

Neilton Domingues
Enviado por Neilton Domingues em 16/04/2018
Reeditado em 01/11/2018
Código do texto: T6310373
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