Faces do silêncio

O gracejo do cômico calar

É o mais sincero dos gritos,

Pois, a boca omite o expressar

Da sentença em grifos.

Ela, magnânima, busca refúgio.

Ele, taciturno, a acolhe, aturdido.

Sua fala encobre a intenção ilusória,

Sem tomar-lhe, porém, a beleza da estória.

O medo aconchega os laços tênues.

Nele tudo está, sem ver, ou sentir.

Nele tudo há: o amar e o agir.

O tempo, se expurga nas palavras...

Mantendo, assim, ilibado...

O silêncio disfarçado.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 23/05/2018
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