Faces do silêncio
O gracejo do cômico calar
É o mais sincero dos gritos,
Pois, a boca omite o expressar
Da sentença em grifos.
Ela, magnânima, busca refúgio.
Ele, taciturno, a acolhe, aturdido.
Sua fala encobre a intenção ilusória,
Sem tomar-lhe, porém, a beleza da estória.
O medo aconchega os laços tênues.
Nele tudo está, sem ver, ou sentir.
Nele tudo há: o amar e o agir.
O tempo, se expurga nas palavras...
Mantendo, assim, ilibado...
O silêncio disfarçado.