OPERÁRIOS

Encontre as tuas próprias águas

Aquelas que sejam dignas de formar teu rio.

Valorize tuas nascentes

Os olhos que vertem as cristalinas gotas

Para no percurso formarem cachoeiras

Vertedouros, bacias e surpreendentes baías

Entre os maciços e morros e no entorno

Saborosas beiradas de areia.

Aprende acolher em teu peito

Os aventureiros e frágeis riachos

Que despretensiosos salpicam das veredas

Para dentro de teu leito aninhar e dormir

Como se houvessem encontrado os próprios mares.

Tenha calma nas curvas com a correnteza

Bate firme nas pedras sem machucar o encantamento

Sem denegrir suas belezas ou represar os sentimentos.

Embarque teu veleiro

Singra enquanto há calmaria e vento ameno

Respeitando as dores das matas ciliares

Entendendo os inaudíveis sons das certezas

Ciente de que a vida é a viagem

Que fazemos refazendo como simples

Operários da divina natureza.