In memoria(m)

Tem horas, que eu sempre lembro

Tem outras que sempre esqueço

Sou bem assim, desde pequeno!

Endereços? não lembro os nomes

Lembro das casas e não dos donos

Sei dos poetas, não sei dos versos

Fui sempre assim desde o começo

Julgo lembrar, depois eu esqueço

Vivendo aqui, por mero percalço

É desvio na rota, em curto espaço

É papagaio volante, sem cordel

É engano, destino, quiçá cansaço

Um carnaval, chuvada de confetes

Jogada a esmo, ao acaso e esqueço

Como selfie, à toa, que se compraz

Na fátua figura, que logo se desfaz

E ao enxergar o chão, e tudo ao redor

Olho por fim, o céu, e recomeço!

mas há tantas coisas, que não esqueço!

antonio noronha 18

antonio noronha
Enviado por antonio noronha em 21/01/2020
Código do texto: T6846720
Classificação de conteúdo: seguro