Imbróglios devaneios
Adoro ver o tempo parar
Assim do nada se silenciar
Quase morrer
Sem sentido algum , se estancar
A platéia estupefata a olhar sem saber observar
Sem nada perceber ou a fingir não entender
Julgamentos jogados aos ventos
A maré de dedos apontados
Seres alienados
Seguidores de seus donos e senhores
Comem do que lhes jogam ao chão
Bebem do que sobra nos copos dos outros
Espíritos sombrios
Vazios
Almas podres
Caroços infetados pelo bicho
Seres sem propósito próprio
Sem sentido , sem nicho que acolha algo
Sombras que seguem
Abismos interiores que gritam
Feridas infecciosas
Vírus transmitidos através do pensamento
Inverno sem calor
Tristeza sem alento
Buraco negro de amor
Mentira sem pudor
Silenciam - se as cadelas
As trevas expandem - se
Grita e dá ordens à escuridão
A noite obedece , ainda que por momentos ...
Devaneios e imbróglios loucos do abismo