DÓ DO MUNDO
Que dó eu tenho do homem,
Aquele homem insano,
Que está perdendo o desatino,
O ninho
E a vontade de viver.
Que dó eu tenho do homem sem juízo,
Que não se arrisca,
Não petisca,
Com medo de perder.
Que dó eu tenho dessa sociedade minúscula,
Atrás do ganho,
Do lucro vazio,
Num caminho tão estranho.
Que dó eu tenho
Desse povo atrás de aparência,
Perde a transparência
E vive a se esquecer.
Que dó eu tenho
Do homem, da criança,
Que, sem esperança,
Já não sabe mais crescer.