ANARQUILÂNDIA

Eu folheio um livro de Geografia

Numa tarde de verão

E vejo numa fotografia

O que às vezes passa na televisão

Uma bandeira de fundo verde

E figuras azul e amarela

Me indago que país é esse

E lembro que também passa na tela:

É uma pátria que não tem

Mais patriotas

Que vive a sorrir e encobre

A real situação

Que ao lado da riqueza

Há uma fila de pobres

Que pune o trabalhador

Para pagar o máximo ladrão

Onde há homens públicos

Que não trabalham pelo povo

E onde há profissionais

Que não tem uma profissão.

É uma nação que endeusa

Um grupo de imbecis

Que diz que não é besta

Mas elege os mesmos malacos

Que sabe que é enganado

E pensa que é feliz

Um lugar cheio de otário

Que rouba o próprio pai

E pensa que é o tal

Depois de encher a cara e cair.

Um país que não valoriza seus

Artistas intelectuais

Que tem um povo

Ávido de pornografia nos canais

Uma terra-mãe

Que abandonou suas crianças

Um lugar de gente que acha

Que ser idoso é palavrão

Onde o hospital

É quem mais te assassina

E que a escola

É onde menos se ensina

Onde ser honesto

É sinônimo de bestice

E na mídia

Glorifica-se a canalice.

Um país a que tenho vergonha

De pertencê-lo

Uma pátria que não merece

Que eu a ame

Um povo a que

Não me identifico.

Eu me auto-exilo nos confins

Do meu coração

E espero a melhoria

Dessa nação

Nós somos a causa de um Brasil

Que tem dado errado

E se nós mudássemos e se uníssemos...

Melhoraríamos até o mundo,

Basta querer de verdade.

Marxin Leonov
Enviado por Marxin Leonov em 06/07/2008
Código do texto: T1067778
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